A adolescência é um período bastante complicado da vida, quando passamos por grandes mudanças físicas e sociais e, consequentemente, gera muita insegurança. A maneira de lidar com esta realidade pode ser muito conturbada, não é a toa que, segundo uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU), 43% das crianças e jovens brasileiros já sofreu bullying.
Este tipo de agressão não é novidade – e já falamos do tema aqui -, mas, apenas há 15 anos passou a ser considerado um fenômeno a ser estudado para além das meras provocações devido às suas consequências, que deixam marcas físicas e psicológicas.
O que é Cyberbullying
Com o desenvolvimento tecnológico e a enorme popularização dos meios de comunicação digital, este comportamento migrou do ambiente exclusivamente físico para o mundo virtual, expandindo suas fronteiras e dificultando que as vítimas consigam evitar este tipo de ataque mudando de ambiente e companhia.
Este novo fenômeno recebeu o nome de cyberbullying e, como não está restrito a espaços físicos, como a escola, torna-se muito mais difícil de lidar com a situação, uma vez que acompanha a pessoa em qualquer lugar e toma proporções muito maiores porque se espalha muito mais rápido.
O anonimato é outro ponto que dificulta o combate a esta forma de ataques fazendo com que a vítima e seus responsáveis se vejam de mãos atadas para solucionar a questão.
Como identificar o problema?
O primeiro passo é identificar que seu filho está envolvido em uma situação de agressão virtual, seja como vítima, agressor, ou espectador ativo (aquele que valida e incentiva as ataques).
- Identifique se seu filho está sofrendo cyberbullying
Para isso, é importante colocar limites e acompanhar o uso que seu filho faz da internet, mesmo que seja no smartphone. Adicione seu filho em suas redes sociais e acompanhe o seu perfil de tempos em tempos, principalmente se notar grandes mudanças de comportamento e humor, como estar mais retraído, irritado, evitando lugares que costuma frequentar, assim como amigos e colegas, ou fazer coisas que gosta podem ser um bom indicador de que ele está passando por alguma situação que o desagrade e intimide.
- Como saber se meu filho pratica cyberbullying?
Infelizmente, identificar um responsável é muito difícil, uma vez que a internet permite o anonimato, por isso é muito importante monitorar o uso que seu filho faz.
Assim como no caso das vítimas, é preciso acompanhar o uso que seu filho faz da internet, principalmente redes sociais. Acompanhe suas postagens e coloque limites para o uso da internet.
Fique atento às companhias de seu filho, se aquele amigo inseparável de repente deixa de estar tão presente, pode ser um sinal de que há algum problema.
Somado aos casos acima, se seu filho sofreu bullying no passado, existe a possibilidade de que ele esteja reproduzindo as agressões com colegas.
- Meu filho incentiva estas práticas?
Mesmo que seu filho não seja um agressor ou vítima, ele pode estar envolvido incentivando e validando este comportamento dos colegas e, por isso é importante, como nos casos de vítimas e agressores, acompanhar o uso que seu filho faz dos ambientes virtuais.
Diferente dos dois casos, este é mais fácil de identificar, uma vez que por não estar diretamente envolvido nos ataques, ele pode demonstrar, sem constrangimento, o que acontece com seus amigos e colegas.
Saiba como lidar com a situação
Independente da forma como seu filho esteja envolvido nestas situações, é preciso sempre conversar com as crianças e jovens sobre seus problemas e dificuldades e orientá-los sobre como lidar com as diferenças de forma construtiva, além de promover o respeito e inclusão.
- Meu filho é vítima de cyberbullying, como devo agir?
Se você identificou que seu filho tem sofrido com cyberbullying, o primeiro passo é conversar com ele para tranquilizá-lo e garantir que vocês irão solucionar o problema. É importante que ele seja acolhido e se sinta protegido, uma vez que ele está fragilizado e se sentindo impotente. Jamais leve estas ofensas como algo comum, ou coloque que ele deve aprender a se defender, pois isto só aumenta a sua fragilidade.
Outro passo importante é conversar com pais de colegas e amigos, e professores, para tentar identificar o responsável e solucionar a situação. Os adultos e responsáveis são peças importantes no combate a este tipo de comportamento.
Identifique o agressor e converse com ele e seus pais. Evite a escalada das deste comportamento e não proponha punições que levem à revanche ou à humilhação, mas solicite que as ofensas sejam apagadas e que as diferenças sejam trabalhadas, com acompanhamento dos responsáveis, sejam pais ou professores.
Também é importante conversar com seu filho a fim de evitar que ele reproduza este comportamento, o que é comum com qualquer vítima de agressão para se sentir mais seguro.
- Descobri que meu filho pratica cyberbullying!
Neste caso, é necessário responsabilizá-lo pelas ofensas e tomar medidas para que possam ser reparadas, como se desculpar com a vítima e seus pais, apagar as postagens ofensivas das redes sociais e mediar a situação com acompanhamento dos pais da vítima e professores, caso sejam colegas de escola.
É importante entender o que motivou seu filho a praticar o cyberbullying e cuidar para que qualquer questão que o esteja incomodando seja trabalhada para que estas situações não ocorram mais.
Outro ponto fundamental é tomar cuidado com ações punitivas. Elas não devem exceder o âmbito da agressão, como palmadas ou humilhação. Há grandes chances dele estar reproduzindo algum comportamento que já vivenciou, até mesmo como vítima.
- Evite que seu filho valide os agressores!
Se você identificou que seu filho tem incentivado este comportamento, mas não é o agressor, é importante colocar para ele que este comportamento não é aceitável e que ele é, também, responsável pelas consequências.
Converse com seu filho e entenda o que o levou a entrar na onda dos ataques e mostre para ele que, ao apoiá-los, ele, além de estar promovendo o problema, está abrindo caminho para que seja uma vítima em algum momento.
Previna o cyberbullying
A melhor forma de evitar que estas situações aconteçam é tomar a dianteira e prevenir que seu filho utilize a internet sem acompanhamento e proteção, por isso é importante, antes de qualquer coisa, pensar o acesso do seu filho à internet e também acompanhar o comportamento do seu filho fora dela.
É muito difícil conhecer a origem do problema, mas observar mudanças bruscas de comportamento da criança e do adolescente é o meio mais rápido de perceber se eles estão enfrentando algum tipo de dificuldade.
Ao primeiro sinal de que seu filho está envolvido com cyberbullying, busque conversar com pais de colegas, professores e profissionais para que você também tenha apoio na hora de lidar com o problema.
Gostou da matéria? Saiba mais sobre como lidar com as dificuldades do seu filho na escola!
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